Sunday, 18 March 2012

Roma e Carrigaline – elefantes fazem furor

Desenho de Hanno em Roma
Em 1514 D. Manuel I, rei de Portugal, enviou para Roma uma comitiva, liderada pelo embaixador Tristão da Cunha, com inúmeras ofertas para celebrar a tomada de posse de Giovanni de Medici como Papa Leão X.

As ofertas enviadas celebravam os tempos áureos dos Descobrimentos Portugueses enaltecendo as riquezas e o exotismo que as terras Africanas e Asiáticas proporcionavam.

Hanno, um elefante asiático adquirido na Índia por Afonso de Albuquerque, fazia parte da comitiva e fez enorme furor passando a ocupar de destaque no Vaticano e no coração do novo Papa, mas também em inúmeras obras de arte, pinturas, esculturas e poemas.

A fascinante história de Hanno tem contornos de grande interesse e é muito bem contada no livro de Silvio A. Bendini “The Pope’s Elephante”.
 

Ontem nas celebrações de St. Patrick’s day na parada de Carrigaline (em Cork, Irlanda), quatro enorme elefantes assumiram o estatuto de atracção principal.

Em Roma do século XVI como em Carrigaline do século XXI, a figura dos elefantes foi símbolo de exotismo e de espanto capaz de provocar enorme excitação a quem assistia à parada. Eram muitos os olhares e as expressões maravilhados. Eu diria que estrelas da música pop actual não conseguiriam reunir maior atenção do que a que aqueles quatro pacientes animais obtiveram ontem.


No final do dia, no Gaelic Bar, entre pints de Guinness eram muitas as pessoas que recordavam o evento do dia.


Elefantes na rua principal de Carrigaline durante
a parada de St Patrick's
Havia quem jurasse haver tocado nos elefantes. Outro garantia que às tantas um dos elefantes havia mostrado sinais de revolta e agressividade e que não fosse ele gritar de vozes de comando que havia aprendido durante umas férias na Tailândia e sabe-se lá o que poderia ter acontecido.

Outro ainda jurava que um dos elefantes lhe tinha roubado umas batatas fritas com sal e vinagre que ele comia na altura e que não fosse a sua mulher ter-lhe apelado à calma e que ele esteve a dois passos de trepar para a cabeça do animal.

Histórias bem regadas cuja veracidade não posso garantir, mas na altura em que foram reveladas faziam perfeito sentido e que demonstram bem o impacto que a visita dos elefantes teve na para de St. Patrick’s.

Em Roma como em Carrigaline...



2 comments:

  1. E que tal deixá-los quietinhos no habitat natural? Não sei...pergunto....

    ReplyDelete
  2. É uma ideia com pernas para andar, Luísa! É realmente um pouco triste ver animais destes nestas andanças.

    ReplyDelete