Desenho de Hanno em Roma |
Em 1514 D. Manuel
I, rei de Portugal, enviou para Roma uma comitiva, liderada pelo embaixador
Tristão da Cunha, com inúmeras ofertas para celebrar a tomada de posse de
Giovanni de Medici como Papa Leão X.
As ofertas enviadas
celebravam os tempos áureos dos Descobrimentos Portugueses enaltecendo as
riquezas e o exotismo que as terras Africanas e Asiáticas proporcionavam.
Hanno, um
elefante asiático adquirido na Índia por Afonso de Albuquerque, fazia parte da
comitiva e fez enorme furor passando a ocupar de destaque no Vaticano e no
coração do novo Papa, mas também em inúmeras obras de arte, pinturas,
esculturas e poemas.
A fascinante história
de Hanno tem contornos de grande interesse e é muito bem contada no livro de
Silvio A. Bendini “The Pope’s Elephante”.
Ontem nas
celebrações de St. Patrick’s day na parada de Carrigaline (em Cork, Irlanda),
quatro enorme elefantes assumiram o estatuto de atracção principal.
Em Roma do século
XVI como em Carrigaline do século XXI, a figura dos elefantes foi símbolo de
exotismo e de espanto capaz de provocar enorme excitação a quem assistia à
parada. Eram muitos os olhares e as expressões maravilhados. Eu diria que
estrelas da música pop actual não conseguiriam reunir maior atenção do que a
que aqueles quatro pacientes animais obtiveram ontem.
No final do dia,
no Gaelic Bar, entre pints de Guinness eram muitas as pessoas que recordavam o
evento do dia.
Elefantes na rua principal de Carrigaline durante a parada de St Patrick's |
Havia quem
jurasse haver tocado nos elefantes. Outro garantia que às tantas um dos elefantes
havia mostrado sinais de revolta e agressividade e que não fosse ele gritar de
vozes de comando que havia aprendido durante umas férias na Tailândia e sabe-se
lá o que poderia ter acontecido.
Outro ainda
jurava que um dos elefantes lhe tinha roubado umas batatas fritas com sal e
vinagre que ele comia na altura e que não fosse a sua mulher ter-lhe apelado à
calma e que ele esteve a dois passos de trepar para a cabeça do animal.
Histórias bem
regadas cuja veracidade não posso garantir, mas na altura em que foram
reveladas faziam perfeito sentido e que demonstram bem o impacto que a visita
dos elefantes teve na para de St. Patrick’s.
Em Roma como em
Carrigaline...
E que tal deixá-los quietinhos no habitat natural? Não sei...pergunto....
ReplyDeleteÉ uma ideia com pernas para andar, Luísa! É realmente um pouco triste ver animais destes nestas andanças.
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